sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Juliano Coelho, é hoje um dos fotógrafos mais reconhecidos do país, especialista em retratos femininos, sucesso atualmente também em seus workshops. Mesmo com sua agenda super lotada conseguiu um tempinho para conceder uma entrevista para o blog, super querido como sempre e muito atencioso. Na entrevista, ele fala sobre o sucesso da Escola de Retratos e sobre seus planos para o futuro, e dicas de retratos. Vamos as perguntas então..

Letícia: Ju, como você começou no mundo da fotografia?

Juliano: Comecei na fotografia em 2008 após morar uma temporada em SP. Foi através de um colega meu que fui apresentado as câmeras digitais e a partir daí me despertou o interesse. Comecei a fazer meus primeiros trabalhos pagos a partir de 2009.

Letícia: Qual a sua inspiração para seus retratos? Quais artistas, fotógrafos e formas de arte que mais te atraem e influenciam?

Juliano:Minha inspiração está muito no universo feminino. Minha fotografia é para mulheres e amo retratar a alma feminina. Não tomo outros fotógrafos como inspiração e sim como referência. Alguns deles que gosto Brooke Shaden, Emily Soto, Julian Petrova, Paula Roselini, Susi Godoy. Para mim os retratos delas são fascinantes.

Letícia: O que a fotografia significa para você?

Juliano: Significa a maneira como eu enxergo a mulher, ou seja, tudo. 


Letícia: O que chama atenção para você em um retrato?

Juliano: Expressão. Em primeiro lugar sempre a expressão, pois é ela que vai demonstrar o que a pessoa está sentindo na foto. 

Letícia: Quais são as vantagens e desvantagens da luz natural?

Juliano: A luz natural é poética, é intensa, é viva, é vibrante e por vezes surpreendente. Ela nunca está igual, muda a cada hora. A vantagem é que além de aprimorar meu olhar ela faz com que eu não precise carregar flashes e acessórios para o ensaio. Dessa forma consigo me preocupar muito mais com a expressão da modelo.

Letícia: O que te levou a fazer somente retratos femininos?

Juliano: Eu sempre tive essa paixão, essa fascinação muito grande pelo universo feminino e de alguma maneira sempre quis trabalhar com a beleza da mulher. Antes de ser fotógrafo eu queria ser cabeleireiro. Quis o destino que eu conseguisse conciliar a fotografia com a alma feminina, ou seja, um sonho.


Letícia: Conte mais sobre o seu projeto do nu artístico...

Juliano: Trabalhar em um país onde a mente das pessoas é cheia de malícia, onde tudo que se vê na televisão é erotizado, aonde o sexo é vulgarizado não é fácil. Ousadamente eu quero justamente mostrar a mulher não como um objeto de desejo carnal, sexual, mas justamente mostrar que as mulheres são a obra-prima do nosso Criador. Mostrá-las como obras de arte, e não como obras de desejo carnal. Quero mostrar a mulher com graça, leveza, que todas são lindas a sua forma e beleza, sem seguir um padrão estético.

Letícia: Você imaginava que o workshop, "A arte de retratar alguém" faria tanto sucesso pelo Brasil?

Juliano: Olha, sempre digo que o ensaio que eu faço tem que ser tão bom como se fosse para minha esposa e que meus workshops tem que ser tão legais e descontraídos como se fossem para eu mesmo assistir. Dar meu melhor na fotografia é o mínimo, bem como fazer os outros felizes. É o mínimo. Confesso que não esperava o sucesso tão rápido, é por Deus mesmo. Mas estou trabalhando duramente para que isso aconteça cada vez mais. Acho que é uma consequência natural. Quando temos uma meta temos de segui-la.


Letícia: Clima, como você lida com esse fator imprevisível? 
Juliano: Só transfiro ensaio em dia de chuva, e mesmo assim se não houver jeito mesmo. Não sou muito a favor de transferir ensaio, salvos alguns casos. Sempre temos aquele "jeitinho brasileiro" de improvisar alguma coisa.

Letícia: Fotografo, equipamento ou edição. O que você acha que faz um retrato perfeito?

Juliano: Creio que uma coisa leva a outra. Em primeiro sempre o fotógrafo, mas ele precisa da ferramenta, a câmera. Também acredito muito no poder da edição como acabamento, como aprimoramento. Creio que os três juntos influenciam, mas primeiro sempre o fotógrafo. Câmeras sozinhas não criam fotos ou arte. Olha, sobre retrato perfeito isso é muito subjetivo. Acredito que é o poder do fotógrafo em enxergar a essência da pessoa + criatividade + técnica.

Letícia: Nikon ou Canon?

Juliano: Qualquer uma. Ambas são grandes câmeras e o importante não é a marca e sim o olhar. Elas são somente a ferramenta para congelar a imagem. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens, não tem pior ou melhor na minha opinião. Dá para se fazer grandes retratos. Infelizmente nos apegamos tanto a essas duas marcas. Eu mesmo estou começando a usar uma Fuji.

Letícia: Lentes de sua preferência...

Juliano: 35mm para composição e versatilidade e 85mm para um retrato mais íntimo, profundo.

Letícia: Qual mensagem ou conselho que você deixaria para quem está começando agora?

Juliano: Faça fotos para você, fotos que você goste e mais do que isso, coloque na fotografia as coisas que você gosta. Não comece fazendo fotos para agradar os outros. Agrade-se a si mesmo e estude todos os dias. 

Letícia: Projetos novos para o futuro...

Juliano: Chegar a mil alunos da Escola de Retratos no próximo ano, viajar o Brasil inteiro, aprimorar os retratos cada vez mais.



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